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Esporão é a mesma coisa que fascite plantar?

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Imagem: avanti_photo, de envatoelements

As dores nos calcanhares são realmente terríveis e uma queixa muito comum no consultório. O termo 'esporão' está na linguagem popular há tempos e é dessa forma que a maioria dos pacientes relata a dor na região do plantar (sola) do calcanhar, mais aguda durante o período da manhã, nos primeiros passo do dia. Mas afinal, esse termo está correto?

Na verdade, não. A fáscia plantar é uma estrutura que se localiza na sola do pé e cuja origem é no osso do calcanhar. Ela é responsável por auxiliar na formação do arco plantar, absorver impactos, transmitir forças e é fundamental para o bom funcionamento biomecânico dos pés.

Quando a fáscia plantar se inflama, damos o nome de fascite plantar, que se manifesta como uma dor mais frequentemente localizada na região plantar e mais interna (medial) do calcanhar. Ao longo do tempo, essa inflamação degenera as fibras dessa fáscia o que culmina em um processo de ossificação da junção da fáscia com o osso, formando uma verdadeira espícula óssea, o denominado popularmente de "esporão".

Essa espícula óssea, entretanto, não é a causa da dor por estar "fincando" a sola dos pés no apoio, ela é um consequência do processo de degeneração e inflamação da fáscia plantar. Quem, portanto, causa a dor é o processo degenerativo e inflamatório em si.

Independentemente do culpado dessa história, fato é que a dor incomoda e pode muitas vezes ser limitante. A boa notícia para o leitor é que a fascite plantar tem cura e raramente não melhora com tratamentos conservadores (sem cirurgia). O tratamento dessa doença deve envolver uma reeducação de cuidados com os pés, para que se obtenha sucesso.

Costumo dizer que o tratamento inicial envolve 5 esferas:

1- Mudança de calçados: Calçados baixos são muito ruins para quem está com sintomas de fascite. Chinelos, rasteirinhas, sapatilhas, sapatênis devem ser evitados.
2- Alongamentos: A dor na origem da fáscia está diretamente ligada ao encurtamento da musculatura posterior (de trás) da perna. Uma rotina diária de alongamentos desses músculos deve fazer parte do tratamento.
3 - Terapias locais: Manipulação local associado à crioterapia (gelo) é muito benéfico. Existem diversos dispositivos para se cumprir esse objetivo como bolinhas e garrafinhas e a assistência fisioterapêutica pode agregar muito valor.
4- Órtese ou aparelhos ortopédicos: As órteses noturnas para fascite plantar são ótimas auxiliares no tratamento e podem ajudar muito aqueles pacientes com sintomas extremamente intensos no início da manhã.
5- Medicamentos: Medicação antiinflamatório pode auxiliar no tratamento, desde que bem indicado por um ortopedista.

Para os paciente que já passaram por essas 5 etapas a infiltrações locais com corticóide ou PRP (Plasma Rico em Plaquetas) e Terapia por Ondas de Choque são alternativas com bons níveis de evidências científicas. Na dúvida de qual tratamento mais indicado para você, procure sempre um Ortopedista de confiança.

fonte: UAI, escrita pelo Dr. Tiago Baumfeld