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Lesões e patologias nos pés e tornozelos: panorama geral

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As lesões nos pés e tornozelos são bastante frequentes e acometem um público muito variado, desde crianças, jovens e adultos, até idosos, uma vez que podem acontecer em decorrência de causas variadas, seja uma queda, um acidente doméstico, uma lesão em atividade física, uma batida em móveis e objetos ou acidentes de trânsito. Em outros casos, o paciente pode ter uma patologia nesses membros, como é o caso dos joanetes e dedos em garra, o que também causa dores e compromete a qualidade das estruturas.

O que a maioria das pessoas não sabe é que essas lesões podem, em muitos casos, ser prevenidas. O diagnóstico e tratamento adequados, não expor os membros por tempo prolongado a situações de agressão ou desgaste bem como o fortalecimento da musculatura são formas de prevenção.

“De forma geral, a ortopedia vai cuidar das patologias e deformidades associadas a esses membros e a traumatologia é a especialidade que cuida dos traumas musculoesqueléticos, como entorses e fraturas”, explica médico ortopedista e traumatologista Dr. Gustavo Maximiano, especialista em pé e tornozelo da Clínica Orthop em Ribeirão Preto/SP.

É importante fazer essa distinção pois o especialista é o profissional mais adequado tanto para diagnosticar quanto para recomendar o melhor tratamento. Abaixo, um panorama geral das principais lesões em pé e tornozelo.

Entorses
Como as entorses de pé e tornozelo são muito frequentes, geralmente as pessoas tendem a tratar sozinhas, sem a supervisão de um médico especialista.

“Faz gelo, toma analgésicos e anti-inflamatórios e, na maioria dos casos, volta à rotina em pouco tempo. O que essas pessoas não sabem é que uma lesão maltratada tem grandes chances de gerar complicações. Por isso, diagnosticar corretamente é fundamental para a reabilitação. O que observamos muito é a consulta pós lesão, quando a pessoa procura ajuda quando percebe que o problema voltou, ou a dor não vai embora e incomoda, seja no retorno à prática esportiva, no uso de sapatos de salto, numa caminhada, enfim, em qualquer atividade que era feita antes da entorse”, explica Dr.Maximiano.

O especialista pontua que é importante, portanto, diferenciar os tipos de entorses, o que geralmente é feito por meio de uma escala de graduação em três níveis: leve, moderado e grave. Para cada tipo de trauma, existe um tipo de tratamento.

O raio-X é usado num primeiro momento para afastar a hipótese de uma fratura. Depois, pode-se recorrer ao ultrassom. Outros aspectos muito importantes do diagnóstico são histórico e exame físico, realizado pelo especialista.

"Nos casos leves, por exemplo, a pessoa relata uma ‘viradinha’ no pé, seguida de dor e inchaço, mas continua sua atividade. Algumas comentam que após o trauma, não conseguiram mais por o pé no chão, ouviram um barulho, e observam, inclusive, um padrão arroxeado na pele, que é quando ocorre uma lesão no tecido e que indica, dessa forma, uma entorse de níveis moderado ou grave", comenta.

Uma informação muito significativa é que entre 20% a 30% das lesões mal diagnosticados ou tratadas de forma inadequada podem evoluir para algum tipo de complicação como hipertrofia do ligamento, lesão de cartilagem ou mesmo uma instabilidade que ocorre quando o ligamento cicatriza “frouxo” e os entorses se tornam recorrentes. Outro problema relatado são os edemas, quando os membros incham após atividades antes consideradas normais para a pessoa.

Fazer o tratamento correto reduz as possibilidades de complicação. Nesse sentido, o fortalecimento da musculatura é um poderoso aliado, tanto preventivamente, como pós lesão, pois vai trabalhar a ativação muscular, o reflexo e o equilíbrio.

De forma prática, em casos de entorses, a recomendação geral é fazer a aplicação preventiva de gelo no local e procurar o profissional especialista para diagnosticar o tipo de lesão e o tratamento.

Fraturas
Pés e tornozelos possuem muitos ossos. Quando observa-se uma fratura nesses membros, o médico especialista vai identificar qual osso quebrou: tornozelo, metatarso, dedinhos – e recomendar se o tratamento será conservador, quando não ocorre cirurgia, ou cirúrgico.

“O especialista, por sua experiência e conhecimento, vai fazer esse diagnóstico de forma precisa. Tem que ter esse diagnóstico: quebrou tal osso e vai precisar operar ou não. Quanto mais cedo for realizada essa intervenção, melhor será a reabilitação do paciente. Um osso nessa região começa a calcificar ou ‘colar’ entre três e seis semanas após a lesão, num processo que dura até seis meses. Diagnosticar cedo evita que o osso não comece a colar errado, o que pode complicar ainda mais a fratura e dificulta todo o prognóstico”, avalia Maximiano.

Dependendo da fratura, portanto, há a recomendação cirúrgica ou o tratamento conservador, o que, segundo o Dr. Gustavo Maximiano, vai depender de cada osso e do grau de desvio.

“No caso do tratamento conservador, a recomendação pode ser desde não pisar por um tempo, como acontece em fraturas de calcanhar, por exemplo, até a imobilização com esparadrapo, gesso ou botas, como é o caso de algumas fraturas de dedos e metatarso”, explica.

Patologias e deformidades
Outra causa bastante frequente que levam às pessoas aos consultórios e clínicas de ortopedia são as patologias e deformidades, como joanetes, dedos em garra, esporão, fascite plantar, entre outras.

É preciso diferenciar essas as patologias, pois esses membros tem muitas estruturas, muitos ossos e muitos tecidos. Nos pés, por exemplo, as deformidades podem ocorrer em diversas partes: como retropé, médiopé e antepé. No antepé, entre as principais patologias que chegam aos consultório de ortopedia estão os joanetes - quando o dedo perde sua forma de sustentação natural, sobrepondo-se ao osso do pé - e os dedos em garras - que é quando os dedos vão dobrando e encavalando.

Isso é comum porque o pé tem que funcionar em harmonia, tecidos, ligamentos e músculos. Quando não há essa harmonia, causadas por exposição durante muito tempo a um fator de agressão, como o uso de salto alto, por exemplo, ocorre lesões específicas por expor toda essa região a uma condição não anatômica.

Outros fatores citados pelo médico que podem causar ou agravar essas deformidades são a idade e a genética. Em muitos casos, há a recomendação cirúrgica para refazer os tecidos e possibilitar ao paciente a reconstrução dessa anatomia.

“Nos casos dessas lesões, temos que falar muito em prevenção, que vai desde a indicação de atividade física para fortalecer essa musculatura, até a indicação de utilização de calçados adequados”, finaliza o especialista.

fonte: Clínica Orthop