Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/
Os pés têm um arco natural que apoia o peso do corpo ao andar ou correr. A ausência ou a diminuição deste arco é conhecida como pé plano ou “pé chato”.
Existem dois tipos de pé plano:
– Pé plano flexível: o arco pode ser visto quando o pé não está suportando o peso, ou seja, existe a curvatura na planta do pé, mas ela só é visível quando a pessoa levanta os calcanhares e fica nas pontas dos pés.
– Pé plano rígido: o arco não está presente e não é visível mesmo quando a pessoa fica nas pontas dos pés.
O pé chato pode provocar alguma dor, mas na maioria dos casos não apresenta nenhum sinal ou sintoma.
O problema é um dos motivos que mais leva pais aos consultórios dos ortopedistas. No entanto, é importante esclarecer que quando a criança nasce ela ainda não tem o arco plantar, pois nessa região normalmente existe gordura, o que deixa o pezinho totalmente plano. A partir dos dois anos inicia-se a formação do arco, espontaneamente, pelo próprio processo de crescimento da criança, podendo ocorrer até os seis anos ou mais.
O desenvolvimento dos pés da criança só deve ser motivo de preocupação para os pais em casos de dor constante, deformidades visíveis ou que pioram com o passar do tempo. Se for observada perda da curvatura dos pés, principalmente por volta dos 8 ou 9 anos de idade, a criança deve ser avaliada por um especialista em ortopedia pediátrica.
Os arcos dos pés se desenvolvem ao longo da infância, no entanto, para algumas pessoas isso não acontece. Pode ser causado por alterações no desenvolvimento da criança ou, entre os adultos, em decorrência de uma fratura ou deslocamento ósseo, ruptura de tendão, ou alguma doença associada, como a artrite.
Outros fatores podem influenciar o seu aparecimento, como:
– Hereditariedade;
– Lesão no pé ou no tornozelo;
– Doenças do sistema nervoso ou muscular, como: paralisia cerebral, distrofia muscular ou espinha bífida;
– Coalizão tarsal: problema que ocorre durante o desenvolvimento do feto e provoca a junção dos ossos do pé, resultando em pés rígidos planos.
Há casos em que algum sinal ou sintoma começa a aparecer quando o problema é percebido em idade tardia:
– Dor ou sensibilidade na planta do pé, tornozelos ou pernas;
– Calcanhares e tornozelos que inclinam internamente;
– Mudanças na forma de andar;
– Inchaço nos pés ou tornozelos;
– Sensação de rigidez no pé.
De modo geral, só há necessidade de tratar o pé chato quando existe muita calosidade ou dor. Alguns casos podem precisar de reabilitação com fisioterapia e alongamentos para reforçar os músculos. A cirurgia só é recomendada se o quadro for grave, geralmente associado a deformidades.
Assim como palmilhas especiais, as conhecidas botinhas ortopédicas não são mais recomendadas pela comunidade médica há muito tempo, pois não surtem efeito na formação do arco.
A escolha dos calçados da criança deve visar principalmente à segurança. Ou seja, um solado que proteja contra escorregões.
Uma dica interessante para os pais é deixar as crianças andarem descalças em terrenos planos e firmes, pois esse hábito ajuda a fortalecer a musculatura, contribui para a formação do arco plantar e reduz o risco de dores nos quadris e nos joelhos, no futuro.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.
Fontes:
Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia de Tornozelo e Pé (ABTPé)
Dr. Dráuzio Varella
Hospital Madre Teresa – Ortopedia e Traumatologia
Saúde e Bem-Estar (Portugal)
Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica
